sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Liberdade #4

conhecendo a verdade
mostro com disfarce
máscara de um passado
por ti ja vivido
e diante da preocupação
atuo na penumbra
a soltura vigiada

identidade pela metade
que caminha nos extremos limiares
de uma confusão insólita
e consciente
e plenamente crente
de felicidade

aquilo que construí em apenas dois dias
exibi como cotidiano
e no paralelo da confiança

i hear my voice among others

- entra nessa roda!

sábado, 25 de dezembro de 2010

falso brilhante

- que horrível seu cabelo quando você penteia pra frente...
esses óculos escondem seu rosto!
você ta parecendo aquele bêbado de esquina que tanto eu quanto você odiamos!
é tão falso isso, tão feio


- pena de ti por ter pena de mim, que estou muito bem

- desculpe-me, foi brincadeira, vamos rir juntos dessa situação

- esquenta não

gratuidade na fala e no perdão
sempre em vão

aventura

vou como o vento
quebro-me como uma rocha
vou embora como água
evaporo no encontro
condenso na tensão
e chovo na confusão

e a minha neve continua intacta!

paradoxo

a minha realidade
e a forma como me vêem
são ambas inventadas
poderia eu dizer se é real
aquilo que dizem e julgam
se não tenho poder de negar
ou se soa tão ruim para meu ser
uma existência diminuta
com uma hierarquia familiar invisível
com explosões e temperamentos ortodoxos
e rancores guardados no tempo
que apenas sua existência
apenas o fato de você ter nascido
já torna tudo completamente diferente

e ir de acordo com essa onda, Rainha
de Espadas
cruzadas, fortificadas,
armada até os dentes
sempre pronta pra
quebrar a sua voz
de algo que esperou por muitos anos
para ser evocada
e verbalizada
com paz e respeito
que na verdade não existem
nem neles
muito menos em você?

a liberdade que vocês lutam pra me dar
eu só conquisto quando estou longe de vocês.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

eu me sinto

o substrato
do verme
do cocô
do cavalo
do bandido.

domingo, 12 de dezembro de 2010

seu olhar melhora o meu

só queria saber qual
se desfaz nesse gesto insólito
de buscar a confusão diante da beleza
que certo se torna transparente
com tantas lamúrias e dores

e correr bastante
pra secar toda a água do corpo
e não restar nenhuma
para as lágrimas
que talvez secas tornem-se cruas
e abafadas, úmidas
respirando desejo

com essa sombra, doppel
repita esses movimentos
com expressões premetitadas
e talvez sinceras
por estarem vivas...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

penas voando
pena
por não ser humano
por ser entregue
diante de tão curta vida e desejo de ser imortal
soltamos nossas presas
e a pena torna-se humana
com dó e piedade
que pelo menos eu esteja aqui
quando a noite vier te buscar
e a palavra superar o silêncio
brusco que busco em ti
liberta
diante de tantas luzes vejo sombras simétricas
perseguindo cada ângulo numa rosa
dos ventos
impuros
sem sacerdotisas pra purificar esse mau
que perdura em angústia e moral
de liberdade condicionada
cravada
solta
entregue às vísceras.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

meus dedos pedem pra escrever

que a vontade súbita supera o ócio
e a sensibilidade e a apatia
são dois lados da mesma moeda
o silêncio antecipa a fala
que é seca e ocre
e aguenta sem pressa
um retorno com destreza
tentando quebrar toda hora
seu potencial
de ser ardilosa.

sábado, 4 de dezembro de 2010

.

as palavras também podem provocar metamorfose...
e eu não estou muito afim de mudar
talvez seja por isso que não tenho nada a dizer

"na dúvida, corta"

vou cortar bastante.

"assim eu aproveito melhor o tempo"

poucas e broas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

P&B

"Já nem sei... se o amor não é mais o bastante pra vencer"

serious business
you turn my heart into stone

E eu pensei que fosse madeira, pedra sabão, manteiga...
O poço secou, meu amor.

Sem luz não tem cor... sem cor, sem amor, sem dor.

Antes tarde do que nunca, faço essa
oração

A Vertigem cegou... aparece, Encanto
Mesmo que breve, volta, aparece, volta, aparece, volta

Desperta-me da cegueira!
Sozinha é impossível.

Polegar.