sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mute










There are very many things
I would like to say to you,
but i've lost my way
and I've lost my words.
There are very many places
I would like to go
but I can't find the key
to open my door.


(Kings of Convenience)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Metamorfose




Já passou da hora dessa raposa
virar loba

(iwazaru, mizaru, kikazaru)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sonhos (e asia)

talvez eu esteja me esquecendo de algumas palavras
enquanto olho pro céu e o mar
e crio água
enquanto olho pra terra e pros meus pés
e crio raízes
enquanto respiro e descanso
e crio leveza
enquanto aprendo a dar as mãos pra todas e todos que me habitam
e crio amor
(mesmo que alguns arranhem em vez de ceder)

talvez eu esteja me esquecendo
existe algo fundamental pra essa alquimia
enquanto separo os ingredientes
o fogo parece que está
prestes
a queimar

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vertigem #4







Encontrou a lucidez temendo o afago agudo de quando se perdia
Lá no fundo da paisagem, vê a mangueira
Ainda estou verde.



fearless on my breath



Quatro é um número par.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Das Loucuras

Ando descobrindo a cada dia que com o tempo meus olhos se acostumaram a ver apenas beleza. Minhas opiniões acerca do mundo eram no puro contato, e os limites desse contato eram estabelecidos apenas por mim.

Estou perdendo o medo das palavras e aprendendo a completar as minhas frases, sem deixar de ponteá-las(carinhosamente)com a minha subjetividade. Falando com clareza e segurança todas as palavras, uma por uma, que surgem gritando para sair...

Essas palavras secretas não saíam porque se sentiam satisfeitas bem ali, impressas dentro de cada célula do meu corpo. As belas faziam meu sangue fluir, as ruins me intoxicavam. E esse veneno doce me lembra de certa forma o tal "verme da maçã". Mas não existe cheiro algum nelas senão o meu. E elas marcaram o meu corpo, mente e alma, criando um território nunca antes explorado.

Arrancaram-me essa barreira e tudo vem saindo. Mas eu me pergunto se estaria eu no meu juízo para dizer se elas estão saindo todas de uma vez e me rasgando o estômago, ou se saem tão fluidas que chego a me questionar se elas realmente deviam ter saído.

Não existe arrependimento. Percebi que antes, quando eu declarava a busca pela leveza aos outros, eu o fazia de forma errada. As palavras continuavam lá, provocando uma gravidade com a qual eu estava acostumada desde o princípio.
Mas sim, eu consegui voar algumas vezes. Só que voei bem baixo. Voei sem tirar os pés do chão.
Quanta cobrança...
(essa palavra foi a mais amarga de sair)


Agora eu treino meus olhos para não ver apenas a superficialidade.

Qual será a hora certa pra tudo?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Liberdade #5 e a Carruagem




o número mágico aparece



Mostrou-se ausente de coragem, confiança e fé
pra sair da toca

Seus olhos dilatados
não ficarão cegos
diante da luz
e o Sol não queimará teus cílios
se toda noite, Lua
ela sai pra te encontrar
e a voz irrompe no silêncio
com a ajuda de sua sombra
refletida nas presas
cravadas numa dor embotada

borda então
na ponta da agulha
fios grossos
já que no fundo percebe
que perigo e oportunidade
nunca andam separados.



VII

dança primitiva

a voz de um passado vivido
não recordado
relevante por seu mistério
e brumas de miasma

o seu coro
chama
volte pra lua
não se perca de novo
no giro de suas mãos
que imprimem sua alma
cheia de recordações
nebulosas
dolorosas e belas
na poeira

e com sua voz aguda
dançando sobre os ossos