quarta-feira, 23 de março de 2011

do Amor

Segue o texto que encontrei lendo o blog http://correndocomlobos.blogspot.com/

Almitra disse: “Fala-nos do Amor”.

E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre todos, e como uma voz forte, ele disse:

“Quando o amor vos chamar, segui-o,

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;

E quando eles vos envolver em suas asas, cedei-lhe,

E quando ele vos falar, acreditai nele.

Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica. E da mesma forma que ele contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda”.

(...)

Todavia, se no vosso temor procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,

Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonassem a eira do amor.

Para entrar no mundo sem estações, onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.

O amor nada dá senão de si próprio, e nada recebe senão de si próprio.

O amor não possui e não deixa de possuir.

Pois o amor basta-se a si mesmo.

Quando um de vós ama, que não diga: “Deus está no meu coração”, mas que diga antes: “Eu estou no coração de Deus”.

E não imaginareis que possais dirigir o curso do amor, pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio o vosso curso.

O amor não tem outro desejo, senão o de atingir sua plenitude.

Se, contudo, amardes e precisardes de desejos, sejam estes vossos desejos:

“De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite;

De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;

De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor;

E de sangrardes de boa vontade e com alegria;

De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;

De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor;

De voltardes para casa à noite com gratidão;

E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança”.

Khalil Gibran

segunda-feira, 21 de março de 2011

Roído de Amor (Secos & Molhados)

É difícil você saber
Se me ama prá valer
É difícil sempre
Até mesmo como fazer


E é tão fácil de lembrar
O seu jeito de apalpar
É tão fácil sempre
Como quem viesse a calhar


Só não sei se o que devo pensar ao amar
É melhor ou pior que ficar
Ao sabor do eterno prazer de roer
O amor do teu corpo ao sofrer


É difícil você fugir
E tão fácil destruir
É difícil sempre
E tão fácil vagamente

domingo, 13 de março de 2011

Liberdade #6

Ouviu um clamar vazio enquanto procurava
Indagou-se porque sentia dúvida
frente, atrás, dos lados
nada.

Um sinal. Procurou.
Ouvia a percussão forte e ritmada
Percebeu que em sua maior virtude
encontrou-se numa encruzilhada.

Olhou para o céu branco e úmido
Como uma folha molhada de aquarela
Pronta pra ser tingida com seus resíduos
Guardando o melhor para o final, quando chovesse
preparando e aguardando o momento
sempre quis ver
chuva, lágrima e cores
invocados pelo vento
lavando e tingindo a cidade.

side




"I am going out to see what I can sow
And I don't know where I'll go
And I don't know what I'll see
But I'll try not to bring it back home with me"

(The Black Ghosts)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Acordei com o pé direito (só canhotos entendem)

Hoje acordei agitada. A chuva se pronunciava nos céus em nuvens brancas e cinzas (e talvez mais cores, para os esquimós), mas várias partes do céu estavam azuis, então pensei que não precisaria levar meu guarda-chuva. Mesmo sabendo que poderia me arrepender disso posteriormente.
Fui para a sala enquanto me arrumava e vi que havia um último cigarro num maço de hollywood azul. Como não era meu, pensei que não deveria pegar o último blá blá blá e todos aqueles rituais do universo mítico de quem consome bastonetes nicotinédicos fumegantes.
Ou senão "pregos".
Cigarros são pregos.
Uma vez ouvi essa história. Um português conhecido de um amigo meu dizia isso quando ia fumar. "Cada cigarro é um prego pro meu caixão"
Deixei o maço bem ali, em cima do sofá, intacto. Mesmo sabendo que poderia me arrepender disso posteriormente.
Terminei de me arrumar e pensei "não vai dar tempo de tomar café agora".
Mesmo sabendo que poderia me arrepender disso posteriormente.
Esperei(mesmo sabendo...) e quando cheguei ao meu destino, o céu caiu. "Tear(rain) drops keep falling on my head..."
A água chuva cobriu os meus braços numa fina película molhada. Não gosto. Sequei. Depois de perceber que quase tudo caiu junto com o céu, inclusive meu ânimo, meu humor e minha paciência, cheguei ao trabalho. Ar condicionado gelado.

Ilhada pela chuva, pelo frio e pelo meu compromisso, pensei alto:
- Eu devia ter trazido meu guarda-chuva.
- Eu devia ter tomado café.
- Eu não devia ter deixado aquele último cigarro.

- Você vai pegar uma gripe, moça! - Disse a faxineira que estendeu um pano para eu limpar meus pés.

- Vou mesmo. Sem dúvidas.

Hoje eu amanheci errado.

quinta-feira, 10 de março de 2011

mood

Ouço bastante: "Por que ouve tantas coisas tristes?"
Eu fico pensando, enquanto ouço minhas músicas, se elas realmente são assim. Acho que minha concepção de "música triste" é outra. É fato que, pra uma visão geral, tenho muita música meio deprê... mas o critério é outro.
Gosto de tudo que inspira mudança.




Isso é triste?