sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Liberdade #4

conhecendo a verdade
mostro com disfarce
máscara de um passado
por ti ja vivido
e diante da preocupação
atuo na penumbra
a soltura vigiada

identidade pela metade
que caminha nos extremos limiares
de uma confusão insólita
e consciente
e plenamente crente
de felicidade

aquilo que construí em apenas dois dias
exibi como cotidiano
e no paralelo da confiança

i hear my voice among others

- entra nessa roda!

sábado, 25 de dezembro de 2010

falso brilhante

- que horrível seu cabelo quando você penteia pra frente...
esses óculos escondem seu rosto!
você ta parecendo aquele bêbado de esquina que tanto eu quanto você odiamos!
é tão falso isso, tão feio


- pena de ti por ter pena de mim, que estou muito bem

- desculpe-me, foi brincadeira, vamos rir juntos dessa situação

- esquenta não

gratuidade na fala e no perdão
sempre em vão

aventura

vou como o vento
quebro-me como uma rocha
vou embora como água
evaporo no encontro
condenso na tensão
e chovo na confusão

e a minha neve continua intacta!

paradoxo

a minha realidade
e a forma como me vêem
são ambas inventadas
poderia eu dizer se é real
aquilo que dizem e julgam
se não tenho poder de negar
ou se soa tão ruim para meu ser
uma existência diminuta
com uma hierarquia familiar invisível
com explosões e temperamentos ortodoxos
e rancores guardados no tempo
que apenas sua existência
apenas o fato de você ter nascido
já torna tudo completamente diferente

e ir de acordo com essa onda, Rainha
de Espadas
cruzadas, fortificadas,
armada até os dentes
sempre pronta pra
quebrar a sua voz
de algo que esperou por muitos anos
para ser evocada
e verbalizada
com paz e respeito
que na verdade não existem
nem neles
muito menos em você?

a liberdade que vocês lutam pra me dar
eu só conquisto quando estou longe de vocês.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

eu me sinto

o substrato
do verme
do cocô
do cavalo
do bandido.

domingo, 12 de dezembro de 2010

seu olhar melhora o meu

só queria saber qual
se desfaz nesse gesto insólito
de buscar a confusão diante da beleza
que certo se torna transparente
com tantas lamúrias e dores

e correr bastante
pra secar toda a água do corpo
e não restar nenhuma
para as lágrimas
que talvez secas tornem-se cruas
e abafadas, úmidas
respirando desejo

com essa sombra, doppel
repita esses movimentos
com expressões premetitadas
e talvez sinceras
por estarem vivas...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

penas voando
pena
por não ser humano
por ser entregue
diante de tão curta vida e desejo de ser imortal
soltamos nossas presas
e a pena torna-se humana
com dó e piedade
que pelo menos eu esteja aqui
quando a noite vier te buscar
e a palavra superar o silêncio
brusco que busco em ti
liberta
diante de tantas luzes vejo sombras simétricas
perseguindo cada ângulo numa rosa
dos ventos
impuros
sem sacerdotisas pra purificar esse mau
que perdura em angústia e moral
de liberdade condicionada
cravada
solta
entregue às vísceras.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

meus dedos pedem pra escrever

que a vontade súbita supera o ócio
e a sensibilidade e a apatia
são dois lados da mesma moeda
o silêncio antecipa a fala
que é seca e ocre
e aguenta sem pressa
um retorno com destreza
tentando quebrar toda hora
seu potencial
de ser ardilosa.

sábado, 4 de dezembro de 2010

.

as palavras também podem provocar metamorfose...
e eu não estou muito afim de mudar
talvez seja por isso que não tenho nada a dizer

"na dúvida, corta"

vou cortar bastante.

"assim eu aproveito melhor o tempo"

poucas e broas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

P&B

"Já nem sei... se o amor não é mais o bastante pra vencer"

serious business
you turn my heart into stone

E eu pensei que fosse madeira, pedra sabão, manteiga...
O poço secou, meu amor.

Sem luz não tem cor... sem cor, sem amor, sem dor.

Antes tarde do que nunca, faço essa
oração

A Vertigem cegou... aparece, Encanto
Mesmo que breve, volta, aparece, volta, aparece, volta

Desperta-me da cegueira!
Sozinha é impossível.

Polegar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

preciso de cores

I'm a Riddle

Read the captcha, watch the video, translate, review
Solve the enigma
Put it into the mirror.
Click and Play. No doubt.

hide your face inside my dress, child.
nopr0n(blem)

f5

domingo, 28 de novembro de 2010

ariedam

edac

o

ogerp?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pieces

pisces


peaces

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vertigem #3

A Vertigem voltou.
Voltou como fogo de palha.
Desculpou-se sinceramente com ardor
Digno de seu fogo ariano, impulsivo
"Ordeno-lhe que me desculpe"

Pega, mata e come!
Deita, rola e chuta!

domingo, 21 de novembro de 2010

Tapa na cara

- Yesterday, in that party, I felt like an outsider.

- Why?

- All those people, they used to be my best friends...

- Then what happened?

- Nothing. Everything was the same. But I felt so different! Like there was not my place anymore. And then... watching out for missed memories and feelings... I came out to the truth:
They're still the same. I'm the one who have changed!

- Well, It seems to me that you've learned something really important yesterday:
Why do you blame others for the life you've chosen?

- I felt nostalgic. But it hurts. I'm so happy now with the life I've chosen. I didn't want to lose them from my heart, but it seems that it already happened.

- Well, there's always a way back.

- But I don't want the past again. I just want ONE thing: my Playstation 2 back to my hands.

- Acho justo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pós-Modernidade

Autoconstrudestruição

sábado, 13 de novembro de 2010

Liberdade #2

Em excesso, perdão
Nenhuma expectativa além da felicidade
Contemporâneos, sofrem em luta pela vida
Até hoje abdicam de prazeres
Ou talvez o prazer esteja aí
No nascimento, na criação, no amor
(pós-moderno)

Diante disso, posto-me
Seguro-me e não paro ao mesmo tempo
A inércia é minha vilã
Felicidade e liberdade
traduzem-se
como sinônimos

Maturidade, perseverança, sinceridade
Alegria, ternura, amizade, amor
Caminham todos juntos
Nessa liberdade que me deram
O que faço com elas?
Não deixo que sejam apagadas.

Tomo a frente dos meus erros
E os erros dos outros
Acalento o sofrimento
Curto a crise
Externalizo alegria
O que sobra?

A liberdade sobra.

A primeira parte: amor
A segunda parte: inteligência
A terceira parte: maturidade
A quarta parte: consciência
A quinta parte: troca

"Há sempre um lado que pesa e outro lado que flutua"

A liberdade pesa.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

RPG IRL

Artur diz:
vou jogar um dotinha
quer dar join na missão ?!
ahuahuahauh
Nara diz:
no momento estou na instance "arrumar o quarto"
e nao tem ninguem pra dividir xp alem de mim
to apanhando muito pro boss Roupa Acumulada
Artur diz:
ahuahuaha eh ai fudeu
boss roupa acumulada
eh gg
Nara diz:
e tem os mobs tb "papeis no chão", "moedas" e "lixo em geral"
vou ganhar xp em "não levar bronca da mamãe" e "dormir bem"
tb to com um penalty status: gripe
o que me faz perder 5ml de agua a cada 10s
e eu perco accuracy por causa de "espirro"
qualquer poeira é super effective no status gripe rinite +5
e eu perco xp na instance tb por causa da fadiga, aí concluo a missão com rank C
ok, chega de viajar uhasiudhiasuhd
eu sou meio doida né

Ando na Ponta da Agulha

"O pouco que lhe basta não me interessa, Mundo"
Vamos parar de olhar demais no espelho?
A terra do coração é e sempre será a terra sem males.
É o sangue, é a dor, é a mancha, a marca, a chaga e a mácula...

"Coração só temos um, não vamos preenchê-lo com tristezas"
Recuso-me a cair.
O ato de nascer já é de cair.
Conforme crescemos
aprendemos a levantar
a andar de pé,
a erguer a cabeça...

"Pra que rimar amor e dor?"

Já dizia a sabedoria milenar chinesa:
O ideograma "crise" significa
PERIGO, mas também OPORTUNIDADE.

Vamos acordar?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aqui, agora





No tengo medo es la verdad
Y lo que sucederá
Podría perderme en esta felicidad
Cuando estás comigo
La distancia y el silencio
Son solo un instante que ya terminó

(Otto)

dot #2

Banalidades me deixam transtornado.
Mas quando me contenho
Tudo me parece ainda mais banal
Isso me incomoda

São banais pra mim?
Não, não são.

Por que não são?
Não sei.

Talvez... porque tudo esteja intalado aqui na minha garganta.
Tem algo querendo sair. Querendo muito.

Mas tenho medo do que pode sair.
Tenho medo de que talvez seja monotonia.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

King and Clown




Eu não esperava que tanta coisa viesse à tona.
Sempre tive medo desse poder.
Distraio-me com fantoches, bonecos e teatro de sombra...
mas ele disparou a flecha contra mim e cavalguei pro meio da floresta
tentando salvar meus amigos, apavorado...

Meu coração está sangrando, meu irmão... o que eu fiz?
Eu só tentei agradar ao rei, como você mesmo me ensinou.
Mas ao ver suas lágrimas, seu âmago dilacerado
sua megera esposa, sua chagas...
apaixonei-me diante de tanta beleza.

Ele é só uma criança, irmão... permita-me cuidar do Rei
Quero vê-lo rir como aquele dia(você estava comigo)
Permita-me dar a ele a infância que nunca teve
E que eu também não tive...

Você está cego, mas eu sempre vi o mundo em preto e branco
Você me dá cores pra ver o mundo, irmão
Tornarei o mundo dele colorido também...

http://www.youtube.com/watch?v=_iHRXpc-hxw

sábado, 23 de outubro de 2010

Vento




Permita-me algo além da inércia
Sem que o agrado lhe permita ignorância
Que a gentileza não cause arrogância
E o desejo possa caminhar de mãos dadas
(e não atadas)

Quero ir à praia e ouvir vozes
De uma angústia antiga e bonita
Não me faça confundí-la com agonia
Quero ver beleza na melancolia

Esse vento bagunça meu cabelo
Brisa gelada no pescoço

Permita-me escolher entre gregos e troianos
Sem cavalos, lamúrias e armadilhas
Sem pesos, espectros e amarguras
Pés desalços flutuando no ar

Ou será que ainda é tarde demais?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Temperança



Meio estranho querer tanto algo. O mínimo desse algo. Estranho querer tanto o mínimo.
O que a gente faz quanto tudo ao seu redor é 8 ou 80?
Pra uma pessoa tão geminiana como eu, é difícil escolher os extremos.
Voar ou criar raízes?
Não sei escolher, não acho que isso seja digno de escolha. Talvez por isso que eu goste de ser como o vento ou a água. Talvez por isso seja tão indecisa.
Não gosto de miséria, nem de tudo mão beijada. Não gosto da loucura, muito menos da lucidez.

... não há como navegar sem vento, mas o barco afunda numa tempestade.

É por isso que hoje me veio a carta da Temperança.

Ela indica a necessidade de equilibrar o uso da razão e da emoção.
Seus significados simbólicos são a alquimia e a transmutação dos elementos.
Representa a renovação da vida, influência celeste, circulação, adaptação, serenidade, harmonia e equilíbrio.

(essa carta também representa o signo de aquário. o que achei uó. tô farta de aquarianos no momento e ME DESCULPA, os que eu conheço não praticam nenhuma temperança, pelo contrário)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pontos Fracos

Eu não costumo falar os meus pontos fracos pras pessoas, até porque eu mesma evito pensar neles.
É estranho quando ouço alguém falando abertamente "beijo no pescoço é meu ponto fraco", por exemplo.
Creio eu que, se é sua fraqueza, não acho muito digno de expor assim, tão fácil...

Mas ultimamente eu tenho descoberto alguns novos pontos fracos em mim(?), e um deles é extremamente bizarro. Acho que por causa dessa particularidade eu resolvi divulgá-lo abertamente no meu blog e saber se alguém também compartilha do mesmo:

Tenho ponto fraco com enxurradas de links de bandas que nunca ouvi na vida e que são absurdamente boas.

Sério. Seríssimo.
Um ponto fraco extremamente objetivo e particular.
Como a pessoa sabe que você vai curtir tanto do(s) link(s)?
E outra coisa: é um ponto fraco VIRTUAL. Estranho, né?

Deve ser porque eu sou meio doida mesmo. Quem me conhece bem e tá lendo isso não deve estar muito surpreso.
Também decidi divulgar isso porque eu não ligo nem um pouco que fiquem me mandando muitos links no msn, por exemplo. Sei lá, algumas pessoas se incomodam, talvez por causa do excesso de informação.
Mas excesso de informação a gente vê por todo o lado, todo dia e toda hora. E de informação apelativa, inútil, publicitária, alienadora, desvirtuada, mentirosa, obscena...

De enxurradas de informações, eu prefiro as de links fodas.
Grata.

domingo, 17 de outubro de 2010

Aleatório




"Vi dois filmes antigos naquela noite, e comi quatro saladas"

"Quando me separo de alguém, eu gosto de sair pra correr. A água é eliminada do corpo, e não resta nenhuma pras lágrimas"

"Eu vou pra Califórnia"

"Hoje você pode gostar de abacaxi, mas amanhã pode gostar de outra coisa"


Ei chinelinho, bermuda, tornozeleira.
Já usou meias vermelhas...?

domingo, 26 de setembro de 2010

Gravidade




"No início não havia nada, apenas luz."

Cem mil Vertigens chegaram
com vigor e potência.

Nova arma: gravidade.
Apesar disso
Matizes, cores lutam
pra dar vida a este céu
preto e branco equivocado

As chagas abertas irrompem
Com seu vermelho sórdido
Marcham com sarcasmo e ironia
Contemplam todas as esperanças
Sufocam todas as virtudes
Por medo, vingança
E trágicas lembranças.

Querem fazer você entrar no jogo
Tiram a beleza das coisas
Te jogam pra baixo.
Querem que você fique lá.
Querem que você tenha o mesmo fracasso.

"Equilíbrio tendendo a zero"
Não se pode negociar com isso.
Nessa mente cheia
Esposa de seus ruídos redundantes
Inventam vícios e loucuras.


Nesse circo de abutres covardes
Só não podem tirar de ti uma coisa:

inspiração.

Eis que a lua silenciosa aparece para nos dizer:
Inverta. Inventa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Construção

Na cabeça, consciência
passo, verbo, não me esqueço
penhasco, nas alturas
gestos pausas
inteira pode me tirar
fotografia da gritaria
acordei a canção
cavidade muscular
esse mundo vodu
em teias alegres
enforcam-se
palmas
colchão
você
ala, compre essa saúde
me encara de frente
me deixa
desencanto
desencontro
CONSTRUÇÃO

sábado, 11 de setembro de 2010

Ave Lúcifer



As maçãs envolvem os corpos nus
Nesse rio que corre em veias mansas, dentro de mim
Anjos e Arcanjos não pousam neste Édem infernal
E a flecha do selvagem matou mil aves no ar

Quieta, a serpente se enrola nos seus pés
É Lúcifer da floresta que tenta me abraçar

Vem amor, que um paraíso num abraço amigo,
sorrirá pra nós, sem ninguém nos ver

Prometo abrir meu amor macio, como uma flor cheia de mel
pra te embriagar, sem ninguém nos ver

Tragam uvas negras
Tragam festas e flores
Tragam corpos e dores
Tragam incensos e odores

Mas tragam Lúcifer pra mim
Em uma bandeja pra mim.

(Mutantes - Ave Lúcifer)

tô viciada nessa música!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Padam Padam



Esta melodia que me deixa obcecada dia e noite
Esta melodia não nasceu hoje
Vem de tão longe quanto eu venho
Arrastada por cem mil músicos.

Um dia essa melodia me deixará louca
Já quis dizer cem vezes por que
Mas ela me cortou a palavra
Ela sempre fala na minha frente
E sua voz cobre minha voz.

Padam...padam...padam...
Ela chega correndo atrás de mim
Padam...padam...padam...
E me apanha com aquele "você se lembra?"
Padam...padam...padam...

É uma melodia que me aponta o dedo
E arrasto atrás de mim como um estranho erro
Esta melodia que sabe tudo de cór.

Ela diz: "Lembra-te de teus amores
Lembra-te que é tua vez
Não há razão para que não chores
Com suas lembranças nos braços"

E eu revejo as que restam
Meus vinte anos falam alto,
Vejo os gestos que se debatem,
Toda a comédia dos amores
Nessa melodia que prossegue sempre

Padam...padam...padam...
Os "eu te amo" de 14 de julho
Padam...padam...padam...
Os "sempre" que se compram com desconto
Padam...padam...padam...
Os "se quiseres" aos montões
E tudo isso para dar, bem na esquina,
Com a melodia que me reconheceu.

Escutem a balbúrdia que ela me faz

É como se todo o meu passado desfilasse.

É preciso guardar (um pouco de) tristeza para depois
Tenho todo um solfejo desta melodia que bate...
Que bate como um coração de madeira...

(Edith Piaf)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Liberté


1937-Portrait-de-Paul-Eluard-au-chat-pablo-picasso


Nos meus cadernos da escola

Na minha carteira nas árvores

Sobre a areia e sobre a neve

Escrevo o teu nome


Em todas as páginas lidas

Em todas as páginas em branco

Pedra sangue papel ou cinza

Escrevo o teu nome


Na selva e no deserto

Nos ninhos e nas giestas

Na memória da minha infância

Escrevo o teu nome


Em cada raio da aurora

Sobre o mar e sobre os barcos

Na montanha enlouquecida

Escrevo o teu nome


Na saúde recuperada

No perigo desaparecido

Na esperança sem lembranças

Escrevo o teu nome


E pelo poder de uma palavra

a minha vida recomeça

Eu renasci para conhecer-te

Para dizer o teu nome


Liberdade.

(Paul Éluard, Poeta da Liberdade)
"VOCÊ SEGURA A CHAMA ENTRE TEUS DEDOS E PINTA COMO UM INCÊNDIO!" (Para Picasso)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Kaguya Hime (A Princesa da Lua)



A luz apagada da névoa
contrasta com a Lua
Que sempre me diz
Não procure sem precisar
Não queira sem ter
Agradeça ao calor dessa noite
Que te guarda e te embala
nesse pranto
Seu sufoco úmido, sua paz
A névoa turva desfaz
Sua luz, Lua
Vou te esperar
Vem aqui me buscar.


--

Poema que fiz baseado no conto japonês da Princesa da Lua(Kaguya Hime, A Lenda do Cortador de Bambu) INFORME-SE! :}

cores








essa luz fria
branca pálida
seca
gela a pele
arrepio
suspiro
angústia

faltam cores nesse mundo
cores de wong kar wai!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

yin yang




contraste
pele clara e cabelo escuro
impressionista e expressionista
sarcasmo e ironia
seriedade e humor
sono e insônia
preguiça e predisposição
loucura e lucidez
ébrio e sóbrio
atitude e timidez
junto e separado
gêmeos e sagitário

sábado, 28 de agosto de 2010

Tarô






Que liberdade é essa que impõe condições
amarras soltas, teias, fios, O Enforcado
Dois de Paus
e o touro alucinado me desvirtua o pensamento
não me deixa respirar, me sacode por dentro
esse touro que não me deixa ser geminiana

Que felicidade é essa que você me manda ter?
Touro exu, deixa eu me livrar de você
Minha dualidade já me basta, me gasta, desgasta
Não preciso da sua Lua

Sou A Imperatiz do meu coração, Ás de Espadas
Sansão, vou cortar seu cabelo
Pra você parar de me aporrinhar
Imperador do Tolo, fugaz
O lobo veio te pegar
Talvez assim
Você consiga despertar.



Merda.

girl, interrupted



'I know what it's like to want to die. How it hurts to smile. How you try to fit in but you can't. How you hurt yourself on the outside to try to kill the thing on the inside.'

'When you're sad, you need to hear your sorrow structured into sound. '

'When you don't want to feel, death can seem like a dream. But seeing death, really seeing it, makes dreaming about it fucking ridiculous'

'Interrupted at her music: as my life had been, interrupted in the music of being seventeen, as her life had been, snatched and fixed on canvas: one moment made to stand still and to stand for all the other moments, whatever they would be or might have been. What life can recover from that?'

(Susanna Kaysen)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Efêmera




Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo
Hoje é o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto e que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem, mas eu nunca me esqueço

Por isso eu vou ficar mais um pouquinho
Para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho
Martelo o tempo preu ficar mais pianinho
com as coisas que eu gosto e que nunca são efêmeras
e que estão despetaladas, acabadas
Sempre pedem um tipo de recomeço


Vou ficar mais um pouquinho
para ver se acontece alguma nessa tarde de domingo.

(Tulipa Ruiz - Efêmera)

domingo, 15 de agosto de 2010

"A loucura é o sol que não deixa o juízo apodrecer"(F. Pessoa)

não há preço que compre minha lucidez
de ver e sentir
sentir-se sozinho quando só você percebe
tudo em uma avassaladora catarse.

transformo meu ócio em prazer
minha insanidade em lucidez
e me ocupo de tudo que me interessa
sem me ludibriar
acompanhando feliz, sem empolgar
tentar, criar, realizar, pirar.

"ó, visse, bichinho. agora, já, tão tarde, que usastes da tua bendita ignorância? já me incomodastes demais, que viva agora à mercê dos dias e do tempo com muito axé."

as vezes me esqueço disso, mas estou aqui pra me fazer lembrar futuramente:
não há preço que compre minha liberdade.

sábado, 7 de agosto de 2010

.

Não sei por link de youtube aqui :(

http://www.youtube.com/watch?v=2wQ4gJo0bII

Quizas, quizas, quizas!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Não enche

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender...

Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá...

Quadrado! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar...

Eu vou
Clarificar
A minha voz
Gritando
Nada, mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você...

Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Minha energia é que
Mantém você suspenso no ar
Prá rua! se manda!
Sai do meu sangue
Sanguessuga
Que só sabe sugar
Pirata! Malandro!
Me deixa gozar, me deixa gozar!

Vagaba! Vampiro!
O velho esquema desmorona
Desta vez prá valer
Tarado! Mesquinho!
Pensa que é o dono
E eu lhe pergunto
Quem lhe deu tanto axé?
À-toa! Vadio!
Começa uma outra história
Aqui na luz deste dia "D"
Na boa, na minha
Eu vou viver dez
Eu vou viver cem
Eu vou vou viver mil
Eu vou viver sem você!

Eu vou viver sem você
Na luz desse dia "D"
Eu vou viver sem você...

(Caetano Veloso)

gêmeos




- Fala pra mim algo que você goste muito... pode ser qualquer coisa... um lugar, uma comida, qualquer coisa!

*espirra* *espirra* *espirra*

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dói, mas passa.

Pare de perseguir sombras!
Aproveite a viagem...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Simbiose






Não ligo, continue
Pego o melhor de ti.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Leveza






Hoje vim falar de coisas.

Como o caminho que é longo
Como a pergunta: e se não tivesse o amor?
E se não tivesse essa dor?
E se não tivesse o chorar?
E se não tivesse o sofrer?

Porque não há nada melhor do que acordar cedo pra ver o sol.
Sem dormir.
Nada melhor que escrever de madrugada.
Nada melhor que cozinhar
Nada melhor que inventar
Ter o desejo de criar
Ter o desejo de criar amor

Porque a água passa e a areia fica no lugar.
Ar e brisa não são a mesma coisa. A brisa passa, o ar fica.
Mas a substância é a mesma: é leve.

E se não tivesse o pegar, o sentir, o tocar, o ser?
E se não tivesse o contato?
E se não tivesse carinho?


Porque tudo mora na filosofia.
Somos todos filhos da natureza.
Não vim rimar amor e dor.
Vim aqui dizer: eu vivo.

--

(Inspiração óbvia: Clarice Lispector e Caetano Veloso)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Oráculo



Consultando o I Ching ontem, obtive duas respostas, onde vi várias palavras chave em cada uma das duas:





Na primeira, que simbolizava Terra/Trovão:
PREPARAÇÃO
Precauções
Contentamento
Júbilo

Na segunda, que simbolizava Trovão/Terra:
RETORNO
Renovar
Retroceder
Renascer

Nunca tinha recebido duas respostas desse jeito, com uma o inverso da outra. No mínimo curioso. Nada é por acaso.

Como relaxar diante de signos tão profundos?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sleepless




A insônia é uma escolha?


Só consigo dormir quando estou exausta
Porque sei que, deitada e acordada,
tenho pesadelos lúcidos
E que no começo da noite dúvidas palpitam
E pensamentos me perseguem
E o sono se torna pânico.

Talvez eu escolhi justamente por não ter outra escolha.
Mas
Eu queria acordar junto com o sol.
Quero a luz fraca na hora de acordar
Quero a brisa fresca da janela
Quero dormir sem precisar do remédio
Quero descansar sem precisar daquele livro.

Preciso parar de pensar
Preciso parar de temer
Preciso voltar a confiar
Preciso parar de madrugar


Não quero essa necessidade de ter sem precisar.

domingo, 25 de abril de 2010

Muito mais que qualquer coisa

Não sei que loucura é essa que me faz acreditar que um dia ficarei suficientemente plena.

Nem sei se minha consciência é mais louca do que minha inconsciência, que me diz tantas coisas durantes os sonhos que acordo sem conseguir acreditar sequer que despertei.

Que um dia as coisas poderiam acontecer do jeito que podem ser previstas ou que talvez eu tenha poder pra isso, ou que um dia talvez minhas mãos percam seus movimentos vagos e consigam traçar um dia algo que não seja tão, digamos, século XXI, vazia de significado e ausente de sentimento...

Quero dizer que apesar disso, os medos continuam nutrindo boa parte da minha inspiração, que o desespero corrompe as entranhas da minha sanidade(que talvez nunca tenha existido)...

Quero esse tempo livre pra desenhar traços livres, pra me livrar dessas amarras morais estúpidas, dessa insônia que me corrói.

Nesse tempo livre pressinto a Vertigem me derrubando, mas dessa vez pra realidade... que talvez queira me mostrar que a vida é muito mais do que esse maldito AUTO-BOICOTE.

Muito mais que qualquer coisa. Tomara.

Do Abismo às Montanhas





O deserto não é vazio.
Ele me completa como uma primavera silenciosa
Em seus doces extremos
O vento aquece os pulmões durante dia
E gela a pele durante noite...

Posso ouvir nesse silêncio
O brotar da miúda flor
Como uma singela esperança
Que um dia poderei alcançar
E ver em seu cume
O sol despertar.

domingo, 17 de janeiro de 2010

No way back

La Ley del Retiro





O som bate em três tempos...
Ela me explicava sobre todos aqueles pensamentos.
Eram metáforas, gestos, expressões, olhares, o jeito que os lábios se mexiam... uma explosão de sensações, mas todos com uma lentidão rítmica, profunda, frustrada.
Era uma valsa.
O cachorro dormia profundamente sobre o carpete púrpura. A chuva, nem forte nem fraca, parecia acompanhar suas falas, tornando a atmosfera ébria.
Maturidade sufocante, e mesmo assim etérea. Parecia que ela não estava ali, que fazia parte do ambiente. Podia vê-la por todos os lugares. Sua voz não parecia sair dos labios, e sim das paredes, das janelas, do abajur, da cortina, das plantas, em coro. Estavam todos dando seu parecer, seu depoimento, todos cúmplices.
Mas eu não conseguia entendê-los, os pensamentos. Me perdia em sua confusão. Agora, como ela, estava sem os pés no chão. Como ela costuma falar... "caindo pelas pernas".
Eu precisava de algo, mas não sabia. Ou melhor, podia até saber que precisava, mas não sabia o quê.
Senti meu corpo todo trincar, estilhaçar, esfarelar e os sedimentos da minha confusão fazendo parte agora do ar daquela sala. Dela.
Então, ela parou de falar e olhou para a minha poeira flutuante... como se já esperasse por isso.
Até agora, era apenas mais um.
Logo depois, alguém se sentou onde eu estava anteriormente. E ela começou a falar novamente de seus pensamentos, no mesmo ritmo. Falava baixo, mas logo senti as vibrações. Agora eu fazia parte da sala, e vibrava juntos dos outros objetos.
Percebi então que estava perdido naquela simbiose irreversível.

Agora conseguia entendê-la...