Estou vazio, rigorosamente vazio dessa possibilidade
tão feliz que é ser delicado, que é olhar para
as coisas com beleza e senti-las desse modo, porque
tudo em mim está cinzento dentro e a doer
como um irremovível tumor a apodrecer-me as
vísceras. Estou vazio e não tenho outra realidade
mais clara e nítida, tão vertical e concreta. Sou
um horizonte que já foi, a solidão funérea de um
caminho que ninguém percorre e tão desprezível
me é essa maneira de viver que não há para ela
senão uma forma desprezível de morrer: acobar-
damente fraco, infalivelmente demente.
(WHITE, 1996, p. 59/60)
disparates IV
Há 9 anos
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